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Na incerteza disto de me ser reside o cerne de toda a existência humana. Na problemática topográfica do meu eu físico e mental vive o desconforto existencial que dessa inquietude se alimenta.
Quando vivemos de facto, damo-nos conta de que a infância e a adolescência são lugares de infinita felicidade humana, porque o ser se é sem limitações ou barreiras questionáveis.
Crescer. Libertar as amarras da realidade fácil. Aprender a ver e sofrer com a paisagem, com os reflexos – sobretudo com os reflexos! Culpar o espelho pelo sofrimento de ti, porque se não pode culpar a alma que se não vê. Atravessar a barreira sem se cair no profundo filosófico do ser. Possuir a habilidade do equilibrista e lograr sobreviver à prova de nós mesmos, ao buraco presente em cada um de nós. Querer ser consciente da sua existência mas procurar a todo o custo não cair no negro infinito do ser. Oh! Que dificuldade maior! Que legado humano mais cruel quando te tens na certeza da tua finitude e te apercebes de que nunca terás tempo suficiente para essas múltiplas vidas que a tua existência humana te oferece. E sofres. Sofres pelo desejo nunca concretizável de te lançares no mergulho abismal do Ser um Humano. E sofres porque te sentes único.